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sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Sidarta - até hoje, o livro da minha vida!

O SIDARTA QUE HÁ EM MIM


- LENDO O LIVRO SIDARTA DE HERMANN HESSE


Não serei jamais um Gautama, andarilho, esotérico,

que em luz de êxtase e de transe transcendental,

vai até um nirvana, os nervos relaxados, os neurônios em espiral.



Mas ainda assim nas linhas de Sidarta, de Hesse,

me identifiquei em minhas interpretações (i)lógicas,

interações leitor-leitura em correlações de tentações e provações.


Quantas vezes um frenético desejo incontido,

foi em busca do carnal como a da cortesã Kamala,

prazer como no kama-sutra.

Mas se o corpo clama, o que a alma não chama,

dispersa a paixão, por mais bela seja a dama,

por mais boa seja a cama.


E na busca da riqueza material,

dos Kamasvami comerciais,

trazendo a voragem de palácios e ouros,

a possível pobreza de espírito,

espinho que espezinha, sangra

e despeja o vil de muitos de nós.


É na busca da riqueza espiritual,

que o Sidarta se aparta!

Quisera ter o despojamento que deixasse

- também - a hierarquia bramanista, os palácios,

pela placidez de um rio,

abrir mão de tudo e de todos...


É nas desilusões e desgosto,

o desejo - intento - incontido,

de viver ao largo do mundo mundano,

na rotina das balsas de ir e vir e voltar e volver,

do rio em suas margens, e da vida suas mínguas,

um entregar de se libertar total...


E o domínio ou rejeição do desejo,

que traz carência e intolerância,

sair em meditação transcendental,

de procurar o atman, rejeitar maya,

rebuscar o ascético, reencontrar sincera amizade,

ao rever um amigo como Govinda.


E ir, seguir, meditando, jejuando,

sublimando aos sofrimentos e tormentos,

na transparência do Alaska ( o éter ).

Na simplicidade de balseiro,

a complexidade do não-eu,

em direção a luz...


Mas eis que aqui está o verdadeiro-eu:

ao fechar o livro,

na ânsia do corpóreo, da cupidez, do cosmopolita.

Serei Sidarta ,

só ao revelar e relevar

com o bem o mal que há além de mim?
 
Por: Sérgio Matos de Sousa em "meu blog, meu espaço"

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